Os Adaptados...
Os Descendentes
de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash
Baseado no romance de Kaui Hart Hemmings
Autora de contos que já foram publicados no The Sun e no StoryQuartely, a norte-americana, nascida e criada no Havaí, Kaui Hart Hemmings teve seu primeiro romance adaptado para as telonas por Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash. Narrando a história de um pai de família que tenta criar suas filhas após um trágico acidente que leva sua esposa ao coma, o roteiro de Os Descendentes humaniza situações dramáticas com leves pitadas de humor. Um trabalho que Payne já realizou nas suas últimas produções, Eleição, As Confissões de Schimidt e Sideways - Entre umas e outras. É a primeira parceria entre Payne e os atores Nat Faxon e Jim Rash em um roteiro para longa-metragem, também o primeiro trabalho significativo da dupla como roteiristas. Se ganhar, será o primeiro Oscar da dupla e o segundo da carreira de Payne, qe faturou o prêmio de melhor roteiro adaptado em 2004 com Sideways.
Suas chances nesta edição do Oscar: Como Os Descendentes perdeu parte de seu favoritismo, o Oscar de melhor roteiro adaptado pode estar ameaçado. Seus maiores concorrentes são A Invenção de Hugo Cabret e O Homem que Mudou o Jogo. Não deixa de ser um dos favoritos na categoria, sobetudo se pensarmos que os filme de Alexander Payne sempre são elogiados pelo seu roteiro e que o longa é um dos destaques da categoria principal.
A Invenção de Hugo Cabret
de John Logan
Baseado no romance de Brian Selznick
Pensando em sua filha de doze anos, o veterano Martin Scorsese, conhecido por sua filmografia imersa na violência urbana, decidiu dirigir A Invenção de Hugo Cabret, roteiro adaptado do livro infanto-juvenil homônimo escrito e ilustrado por Brian Selznick. John Logan foi o responsável pela adaptação e já esteve por trás de produções como Gladiador, O Último Samurai, Sweeney Todd e Rango. Com Scorsese, Logan foi responsável pelo roteiro de O Aviador, filme de 2004. O roteirista já venceu o Oscar na categoria melhor roteiro original com Gladiador, filme dirigido por Ridley Scott.
Suas chances nesta edição do Oscar: O filme é o longa com o maior número de indicações nesta edição. No entanto, nesta categoria a disputa certamente será entre Os Descendentes e O Homem que Mudou o Jogo.
O Homem que Mudou o Jogo
de Steven Zaillian e Aaron Sorkin
Baseado no livro de Michael Lewis
Não é a primeira vez que uma obra do jornalista Michael Lewis ganhas as telonas trazendo o esporte como tema central. Antes de inspirar Steven Zaillian e Aaron Sorkin a escreverem o roteiro de O Homem que Mudou o Jogo, Um Sonho Possível, filme que rendeu o Oscar de melhor atriz a Sandra Bullock, havia se inspirado em uma obra literária homônima do autor. Trazendo como pano de fundo a temporada de 2002 do Oakland Athletics, O Homem que Mudou o Jogo foi adaptado para as telonas por Steven Zaillian e Aaron Sorkin, que já ganharam o prêmio de melhor roteiro adaptado por A Lista de Schindler e A Rede Social, respectivamente.
Suas chances nesta edição do Oscar: O roteiro de O Homem que Mudou o Jogo é um prato cheio na categoria. Seria também uma forma de compensar a provável ausência de prêmios nas demais categorias - se bem que, nesse quesito, Os Descendentes também pode acabar se beneficiando.
O Espião que Sabia Demais
de Bridget O'Connor e Peter Straughan
Baseado no romance de John LeCarré
Críticos literários dizem que John LeCarré modificou a estrutura narrativa do romance investigativo com O Espião que Sabia Demais. Trata-se do primeiro trabalho significativo de Bridget O'Connor e Peter Straughan no cinema. Straughan já tinha escrito os roteiros de Os Homens que Encaravam Cabras e Um Louco Apaixonado, dois filmes relativamente fracos. Com o título original - Tinker Taylor Soldier Spy -, O Espião que Sabia Demais já havia sido adaptado para a televisão no formato de um minissérie, estrelada por Alec Guiness, e para o cinema como O Espião que veio do Frio. Não há dúvidas de que esta adaptação do livro foi a mais bem recebida das três.
Suas chances nesta edição do Oscar: O'Connor e Straughan que se contentem com a indicação. O filme se destaca mais em outros aspectos.
Tudo pelo Poder
de George Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon
Baseado na peça de Beau Willimon
George Clooney e Grant Heslov, que juntos foram responsáveis pelo roteiro de Boa Noite e Boa Sorte (trabalho que rendeu a dupla uma indicação ao Oscar), decidiram utilizar a peça de autoria de Beau Willimon como material base para o roteiro do novo longa dirigido por Clooney, Tudo pelo Poder. A dupla fez questão de chamar o criador da obra para ajudar na transposição e o resultado é irretocável, um roteiro do jeito que a Academia gosta de premiar nesta categoria, cerebral e dramaticamente engenhoso.
Suas cances nesta edição do Oscar: Ao longo da temporada, Tudo pelo Poder foi esquecido em vários prêmios, o que é uma pena. A indicação em melhor roteiro adaptado é mais uma menção honrosa já que as chanes do filme levar o prêmio por sua única indicação é muito pequena.
Os Originais...
Meia-Noite em Paris
de Woody Allen
Woody Allen é figurinha fácil nesta categoria. No entanto, nos últimos anos o cineasta amargou o desdém da Academia. Sua última indicação foi por Match Point, filme que foi mencionado apenas nesta categoria em 2005. Desta vez, Allen chega com "moral" no Oscar, Meia-Noite em Paris foi indicado a quatro estatuetas, entre elas a de melhor filme. O longa é o trabalho mais popular do cineasta em anos - uma das maiores bilheterias do diretor, cerca de U$ 56 milhões. Não poderia faltar uma indicação aqui.
Suas chances nesta edição do Oscar: Com a fraca concorrência na categoria, a probabilidade de Allen ganhar seu quarto Oscar é grande (o cineasta ganhou em roteiro original por Hannah e suas Irmãs e Noivo Neurótico,Noiva Nervosa e melhor direção por Noivo Neurótico,Noiva Nervosa). O concorrente direto de Allen é o favorito a melhor filme, O Artista. Mas será que o roteiro de um filme mudo conseguiria vencer Allen justamente aqui ?
O Artista
de Michel Hazanavicius
Creditado como o responsável pelos diálogos e pela dinâmica cênica de O Artista, Michel Hazanavicius se inpirou na revolução causada pelo cinema falado na Hollywood da década de 1930 para escrever o roteiro deste que é a grande atração desta edição do Oscar. De longe, parece um concorrente inofensivo, mas a maneira com que Hazanavicius construiu o arco dramático de O Artista é o grande trunfo do filme, além é claro das 10 indicações ao prêmio que o filme recebeu.
Suas chances nesta edição do Oscar: Terá que enfrentar o roteiro de Meia-Noite em Paris. Como o filme certamente levará o prêmio de melhor filme e direção é bm possível que a Academia lembre de Woody Allen e não de Hazanavicius em roteiro original.
A Separação
de Asghar Farhadi
De tempos em tempos a Academia resolve conceder este "carinho" a uma produção estrangeira. Foi assim com Cidade de Deus e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, também indicados em uma categoria de roteiro. A Separação foi escrito pelo iraniano Asghar Farhadi e conta a história de um casal que enfrenta uma difícil decisão, melhorar a vida de seus filhos ao mudar-se para outro país ou permanecer no Irã para cuidar de um membro da família que sofre e Alzheimer.
Suas chances nesta edição do Oscar: A Academia também gosta de roteiros que explorem questões ligadas a diferenças étnicas, o caso de Babel e Crash - No Limite, recentemente. No entanto, a indicação de A Separação nesta categoria surge apenas para confirmar seu favoritismo na categoria melhor filme estrangeiro.
Missão Madrinha de Casamento
de Kristen Wiig e Annie Mumolo
Kristen Wiig protagoniza e co-assina o roteiro de Missão Madrinha de Casamento, a comédia mais popular do ano. O filme foi responsável por uma leve subversão a um velho estigma que ainda permeia Hollywood, àquele que diz que mulheres não sabem fazer rir. Elas não só sabem ser engraçadas, como conseguem fazer rir homens e mulheres. O filme tem momentos hilários, mas indicá-lo ao Oscar foi um os grandes tropeços da Academia (onde está a merecida indicação de Toda Forma de Amor nesta categoria, por exemplo?).
Suas chances nesta edição do Oscar: Suas duas indicações são as maiores glórias que o filme poderia ter recebido nesta edição do prêmio.
Margin Call - O Dia Antes do Fim
de J.C. Chandor
Suas chances nesta edição do Oscar: J.C Chandor, que também dirigiu o filme, também pode se contentar com a lembrança na categoria. Sua indicação é uma vitória, especialmente se levarmos em consideração que o filme correu silenciosamente pelas beiradas.
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