A entrega do prêmio do Sindicato dos Atores, o SAG, ocorreu no último domingo (29) e seguiu algumas previsões. Histórias Cruzadas, o filme com mais indicações na noite, sai como o grande vencedor na categoria melhor elenco. Pode parecer uma premiação insignificante e inexpressiva para a categoria melhor filme do Oscar, mas ocasionalmente os filmes premiados com a estatueta de melhor elenco no SAG chegam com larga vantagem no Oscar (alguém dúvida que um dos critérios para a escolha de O Discurso do Rei no ano passado tenha sido o ótimo trabalho do trio central Colin Firth, Helena Bonham-Carter e Geoffrey Rush?). No entanto, Histórias Cruzadas tem contra si o fato de que no Oscar não recebeu indicações em direção, roteiro adaptado ou edição, um fator que pesa e muito na decisão final e beneficia O Artista, A Invenção de Hugo Cabret e Os Descendentes.
De qualquer maneira, foi muito bonito ver todo o elenco de Histórias Cruzadas subir no palco para receber a glória máxima do Sindicato dos Atores. Viola Davis, Octavia Spencer, Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Jessica Chastain, Allison Janney e Sissy Spaceck são algumas das minhas atrizes favoritas, vê-las reunidas e vibrar com a vitória do filme foi um dos momentos genuínos desta edição do SAG.
Nos prêmios específicos, Octavia Spencer e Christopher Plummer, de Histórias Cruzadas e Toda Forma de Amor, respectivamente, confirmaram um favoritismo que se repetiu por toda a temporada. O SAG era a certeza que faltava de que eles vão levar o Oscar nas categorias de interpretação coadjuvante.
Já nas categorias principais, o SAG deu algumas certezas, mas nada é 100%. Viola Davis venceu a disputa com Meryl Streep (A Dama de Ferro) e Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn) na categoria melhor atriz, por seu trabalho em Histórias Cruzadas. Será inédito para a Academia premiar duas negras na mesma noite, praticamente irresistível! Por mais que as demais concorrentes mereçam reverência - vale destacar que ainda não vi o trabalho de nenhuma delas (somente Precisamos Falar sobre Kevin) -, a vitória de Viola é simbólica não apenas por ser negra, mas por ser uma atriz madura que somente agora conseguiu destaque na indústria, após anos penando em testes e mais testes. A premiação de Viola seria uma conquista para todas as atrizes.
No entanto, a grande surpresa da noite foi Jean Dujardin receber o prêmio de melhor ator por O Artista. O francês passou uma rasteira bem dada em dois dos maiores astros de Hollywood, George Clooney (Os Descendentes) e Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo). O favoritismo de Clooney começa a ruir e, bem possível, junto com ele a possibilidade de Os Descendentes vencer O Artista no Oscar.
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