Melhor Direção
Terrence Malick
A Árvore da Vida
Ambição não pode ser confundida com pretensão, especialmente no mundo das artes onde tudo é tão subjetivo e os mais variados estímulos humanos são acionados. Não dá para compreender porque a crítica brasileira foi tão raivosa com A Árvore da Vida, de Terrence Malick. É um filme difícil de ser digerido, é, mas nada justifica o estigma que impuseram ao novo trabalho do diretor nas salas brasileiras. A impressão que ficou é a de que todos simplesmente fizeram birra com a vitória de Mallick em Cannes e se empenharam na missão de mostrar por "A" mais "B" que A Árvore da Vida é um filme inacessível, pedante e arrastado. Terrence Malick subverteu expectativas e criou uma obra sensorial. A Árvore da Vida não é um filme para ser entendido com a racionalidade. Perfecionista, o diretor levou anos na edição do filme, construiu o roteiro gradualmente durante as filmagens e realizou um projeto corajoso. Filmado como fragmentos de memória, percepções e sentimentos de Jack, vivido por Sean Penn na fase adulta, A Árvore da Vida não obedece linearidade ou qualquer lógica narrativa. Referências familiares, infância, amadurecimento e os desígnios de Deus estão entre as principais preocupações de um cineasta que quis buscar em imagens e emoções caminhos para tentar entender as inquietações que carregamos por toda a nossa vida. Quer melhor legado para um diretor nos deixar que este?
Em anos anteriores: Martin Scorsese por Ilha do Medo (2010), James Cameron por Avatar (2009), Christopher Nolan por Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008), Todd Field por Pecados Íntimos (2007) e Alfonso Cuarón por Filhos da Esperança (2006).
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