Henry Cavill lidera o elenco de Imortais, épico grego do indiano Tarsem Singh. |
Realizar um épico que se apoie na mitologia grega não é tarefa fácil. Lidar com tantos elementos, personagens e símbolos, torna o projeto arriscado para a maioria dos roteiristas, diretores e todos os demais profissionais envolvidos. Com Imortais, a coisa não é diferente. O indiano Tarsem Singh é um diretor extremamente visual e sua estética é dúbia, agrada em alguns momentos e desagrada em outros, como já comprovado em A Cela, filme de 2000 estrelado por Jennifer Lopez. Entre acertos e desacertos de figurino e design de produção, Imortais surpreendentemente se apoiano ritmo e na tensão entre seus atores principais, o herói Teseu, vivido por Henry Cavill, e o vilão Hyperion, de Mickey Rourke.
Buscando inspiração na clássica história grega, Teseu é um ateniense que não acredita nos deuses mas que foi escolhido pelo próprio Zeus - liberdades, liberdades - para liderar um exército contra o Rei Hyperion, que cruz o deserto em busca de uma relíquia que pode destruir a humanidade a partir da libertação dos Titãs. Assim, o filme segue a tradição dos épicos, alicerçando-se na simplicidade narrativa. É certo que a construção do Olimpo desagrada, Kellan Lutz e Isabel Lucas, por exemplo, não são os atores mais indicados para viver Poseidon e Athenas. Por um lado é compreensível a escalação - Deuses não pareceriam velhos, mas sim jovens e bonitos -, mas por outro, Singh poderia ter escaldo gente melhor, com o mínimo de potencialidade dramática. Para o alívio de todos, Luke Evans está ótimo como Zeus.
E se, no núcleo dos humanos, Freida Pinto não cumpre as expectativas, na verdade é sua personagem quem não cumpre, Henry Cavill e Mickey Rourke estão ótimos. Cavill em seu primeiro grande trabalho nas telonas - antes já havia feito Tudo pode dar certo, do Woody Allen - segura as pontas muito bem como heróis de um épico com as proporções de Imortais, dando sinais de que pode vir a ser um ótimo Superman/Clark Kent no retorno do personagem às telonas em 2013. Já Mickey Rourke, apesar do rosto praticamente inexpressível, cria um vilão assustadoramente implacável. Entre o dourado Sapucaí do Olimpo e a riqueza do figurino do oráculo e de suas "irmãs", Imortais é um épico satisfatório. Tem seus erros, sim, mas nada que merecesse tanto alarde.
Immortals, 2011. Dir.: Tarsem Singh. Roteiro: Charley Parlapanides e Vlas Parlaplanides. Elenco: Henry Cavill, Mickey Rourke, Freida Pinto, Luke Evans, John Hurt, Stephen Dorff, Joseph Morgan, Isabel Lucas, Kellan Lutz, Greg Bryk, Daniel Sharman. 110 min. Imagem Filmes.
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